Li a carta cheia de orgulho da bonita caligrafia e do papel bem escolhido e num impulso, rasguei-a. Comecei a escrever outra, onde pedia, simplesmente, que fizessse com que algum homem se sentisse atraído por mim. Esta teve o mesmo destino que a anterior, pois pedia algo que já tenho. Pensei melhor e recomecei a escrever a terceira carta. O mesmo papel, a mesma caneta, a mesma caligrafia cuidada.
«Querido Pai Natal;
Na minha árvore, este ano, eu queria algo especial: um sentimento muito particular que uma vez já tive e que, por alguma razão alheia ao meu consciente, perdi. Este Natal, querido S. Nicolau, desejo ter de volta a "Capacidade de me Apaixonar".
Certa de que é um pedido complicado, compreenderei a demora da entrega.
Despeço-me com a mais elevada consideração e devoção.
Votos de um feliz Natal junto dos seus e que tenha neste e em todos os anos muito trabalho.
Com um beijo, desta que o respeitará para sempre. - Ass. Iris Barroso»