segunda-feira, 26 de dezembro de 2011


Estava a passear e vi este vídeo do IKEA. Esqueçam a publicidade, mas liguem à mensagem que dá mote a todo o anúncio.

Se na vida dermos lugar às coisas grandes, e finalmente continuarmos a colocar o que interessa menos nos espaços que sobram... talvez tenhamos mais tempo, sentimentos mais arrumados, prioridades mais ordenadas.

Gostei....

...Gelada e com a relva toda branca, foi assim o início de mais uma semana depois do Natal. (irei colocar aqui fotografias da mesa com a sequência dos acontecimentos, como realmente aconteceram... Não foi muito diferente da minha antevisão!).

Tive de vir trabalhar, mas o caminho até ao trabalho, apesar de estar um frio de rachar, foi um prazer para os olhos, pois não havia relva que não estivesse pintalgada de gelo branco.

Não é Neve, mas é igualmente bonito.



sexta-feira, 23 de dezembro de 2011




Hoje, às 5h da manhã:

- Amor, aonde colocaste o carro?
- São 5 da manhã...
- Eu sei! O carro?!
- Na garagem, porquê?
- Porque é o carro do teu pai...
- Desculpa, não me lembrei.

Hoje 7h da manhã:

Levanto-me da cama, vou para a cozinha, retiro o peru do congelador, coloco-o num banho de imersão com folhas de louro e rodelas de limão e laranja.

Hoje 7:30h da manhã:

- Vais ficar na cama?
- Estou de férias.
- Ah pois é! Vou beber café...queres?
- Estou a tentar dormir.

Hoje 8:30h da manhã:

Eu sentada a beber café e a fazer a lista do que falta.

- Não vais trabalhar?!
- Vou já vestir-me estou só a fazer a lista.
- Tu e as listas...
- Mesmo assim, falta sempre qualquer coisa.
- O perú já está a marinar?
- Não está apenas de banho para descongelar... marino quando chegar à tarde.
- O tipo tem sorte... tem direito a SPA... banho de imersão, massagem de marinada e para terminar, um bronzeado...

Engasguei-me com o café de tanto rir!


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011


Bem... por onde começar?! Vamos pelo início.


  1. Sogros chegam para jantar pouco antes das 20h
  2. São recebidos com um copo cheio de Natal (Traduzindo: 1 cheiro de groselha num flute, com uma amora e champanhe semi-doce).
  3. Na aparelhagem vai estar a tocar uma compilação de cd's de Natal escolhidos por mim,  que o Fi está a fazer.
  4. Para petiscar: salgadinhos, patés, queijos, pão quente, frutos secos
  5. Coloco o Bacalhau a cozer, faço o molho de azeite refogado, com muita pimenta branca, verifico a cozedura das batatas e do grão, coloco as couves e os ovos.
  6. No forno estará a perna de peru a terminar e o cheiro já se estará a misturar com o cheiro dos doces, já confeccionados e empratados. Nas panelas, já terminados, estarão o recheio de castanhas e o arroz de miúdos para acompanhar. (Será só aquecer, caso fique frio.)
  7. Sentamos-nos à mesa por volta das 21:30h. (hora a que o bacalhau e companhia estará terminado).
  8. Irão todos elogiar a minha linda mesa, que já foi ensaiada duas vezes (Estará perfeita, vão ver!)
  9. Abrirão a lembrança que deixei em cima dos pratos.
  10. Agradecimentos
  11. Os pratos vazios das lembranças ficarão cheios de comida.
  12. Deliciamo-nos com o bacalhau (Espero que fique no ponto!)
  13. A conversa correrá com o vinho, provavelmente sobre tradições e costumes do Natal, de como era nos velhos tempos e eu ficarei alegre por aprender mais e mais e muito mais, sobre esta quadra.
  14. O Fi abre novas garrafas.
  15. Terminaremos o primeiro prato, por volta das 22:20.
  16. O Fi será o primeiro a levantar-se para me ajudar a levar os pratos para a cozinha (desculpa para ir fumar, pois ele não fuma à frente dos pais).
  17. Eu levantarei o resto e quando o Fi voltar à mesa para fazer companhia ao pai, a mãe virá ajudar-me a levar o peru e acompanhamentos para a mesa. Entretanto eu lavo e seco os pratos para serem usados de novo, pois só comprei 6 e somos 4, mas são perfeitos para a mesa que vou fazer.
  18. Sento-me à mesa, às 22:40 mais tardar, senão a fome foge.
  19. Comemos o peru e companhia, fazendo o Fi o papel do Homem da casa, trinchando a carne.
  20. Espero que todos gostem
  21. Mais vinho, mais conversa.
  22. 23: e qualquer coisa: hora de servir a sobremesa (Ainda não decidi o que vai ser. Será um doce de colher, isso é certo! Talvez uma mousse de chocolate preto e branco, ou então umas farófias. São dois doces, cujas cores combinam com a decoração)
  23. Cafés com chocolate e Vinho do Porto.
  24. Troca de mesa para os doces. Enquanto eu lavo a loiça.
  25. Fi serve whisky para si e para o pai e sentam-se no sofá.
  26. Espero que a música ainda continue e que não se tenha que repetir.
  27. Mais conversa, mais comida (Doces! Muitos! É só um dia!)
  28. 24:00h - Distribuição de Presentes
  29. Agradecimentos, beijos, sorrisos, amor sentido e partilhado (não pelas coisas físicas pois não terão grande valor, mas pelas intenções).
  30. Mais comida.
  31. Beijos e combinações para o almoço do dia seguinte na casa do irmão da minha sogra. Adeus! Boa noite!
  32. Eu e o Fi abrimos a última garrafa de champanhe. Dou-lhe um presente especial, que apenas a ele pode ser entregue.
  33. Com um pouco e jeito, não sentirei falta dos meus meninos.
  34. Feliz Natal!




terça-feira, 20 de dezembro de 2011


Um Blog que eu sigo e respeito, pois geralmente os problemas são colocados de forma pertinente e bem-disposta, colocou um comentário sobre um comentário do nosso Primeiro Ministro, que podem ler Aqui.

Eu creio que por vezes as pessoas gostam de viver num mundo de bolas de sabão, serem enganados e acharem que está tudo bem!

Desta vez não concordei nada com o comentário e o debate vai animado, como podem ler uma pequena amostra a seguir:


De Iris Restolho a 20 de Dezembro de 2011 às 14:24
Eu peço desculpa em discordar contigo.

“Estamos com uma demografia decrescente, como todos sabem, e portanto nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que, das duas uma: ou consegue nessa área fazer formação e estar disponível para outras áreas ou, querendo manter-se sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado da língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa”, explicou.

Não há nada nesta afirmação que não seja a mais pura verdade. Todos em Portugal que tiram um curso vão para professores e havendo cada vez menos crianças, lugares para professores não vão multiplicar.

Neste caso específico, o homem falou bem! Muito bem mesmo!



De Jorge Soares a 20 de Dezembro de 2011 às 14:59
Não tens que pedir desculpa... a tua opinião é tão válida como a minha, de resto eu estou de acordo contigo e com a Suspeita em quanto aos professores, o que não é acho é que seja de bom senso um Primeiro ministro mandar as pessoas emigrarem....

Porque não toma ele nenhuma medida para impedir que os cursos de educação continuem a crescer como cogumelos?

Jorge



De Iris Restolho a 20 de Dezembro de 2011 às 15:52
Eles não têm crescido, as pessoas é que acham que é a única solução.

Mas agora vais dizer que a culpa é da oferta?! Quem procura não sabe o que vem a seguir? Que futuros professores são estes que não percebem que o pais tem cada vez menos crianças?

Se calhar ele podia dar um incentivo à Natalidade. É que essa é a única solução para o problema, quem sabe com um patrocínio de uma farmacêutica, ele não oferece um comprimido azul a todos os homens neste Natal!

E repara que ele apenas sugere a saída de Portugal a todos aqueles que acham que são professores e nada mais, porque o que ele sugere primeiro é que se especializem nas suas áreas noutras vertentes que não o ensino.

Está tudo lá naquele pequeno parágrafo que eu transcrevi, palavra por palavra... apenas para os teimosos, andem, procurem aonde podem encontrar.

O que me faz espécie é a generalização. Falou-se de um caso concreto, específico e problemático há vários anos. Ele não pede a todos para emigrar, se o fizesse iria estar a contribuir para o aumento do buraco de produtividade português.

A generalização faz com que a opinião das pessoas se altere por completo, quando na realidade o que foi dito, foi quase uma verdade de La Palisse.

Não existe solução quando quem teima em não encontrar a solução são os que escolhem os cursos.

A culpa não é da oferta, a culpa é da procura.


Estou no trabalho a negociar prazos de entrega, a confirmar tabelas de preços e a negociar descontos e condições de pagamentos e só consigo pensar que ontem não fiz os embrulhos todos e sonhei com bolos queimados e bacalhau salgado na consoada.

Preciso de comprar as toalhas para as mesas, para ver se sossego! Ando a adiar este item da minha lista e ainda não percebi porquê!

Ai Natal, eu adoro-te, mas dás comigo em louca! Todos os anos digo isto e todos os anos se transforma numa verdade absoluta.

Haja Santa Loucura.


sexta-feira, 16 de dezembro de 2011


O sol ainda tentou dar o ar da sua graça no fim do dia, mas assim que se pôs, o dia ficou negro e terminou em grande.

Há dias que são perfeitos na sua imperfeição, ontem foi um desses.

Como o Fi diz:

"Cada um tem o que merece!". 

Pelos vistos eu mereço!


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011


Há dias em que a ansiedade é tão grande, que tudo parece não estar à altura das expectativas.

Queremos um beijo e temos o beijo, mas o beijo não sabe ao beijo que queríamos. Queremos um café e tomamos um café, mas o café tem sabor diferente. Queremos um escritório quentinho e este está um gelo (mas este está mesmo). Queremos mais uns minutos na cama com ele e, ele está ausente, já se levantou, nem se deitou ainda. Queremos receber um determinado email de confirmação e há vários emails, mas nenhum é um dos que queremos.

Colocamos a fasquia do dia tão alta, que só podemos mesmo ficar desiludidos. Não existem dias perfeitos e este está a passar ao lado de qualquer dia que se aproxime (nem que seja por engano) da perfeição.

Talvez melhore, afinal ainda agora começou, mas está complicado, muito complicado.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011




Eu quero, mereço e está na altura certa de experimentar a alegria de ser mãe.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


Dar desculpas para aquilo que nos é natural ou que nos está, de certa forma, inerente, é o equivalente a "Tapar o sol com a peneira!" (Isto na falta de inspiração para uma metáfora mais original).
O primeiro passo para o contínuo melhoramento e crescimento pessoal é admitir, antes de tudo que o que somos é um produto de nós mesmos, sem intervenções externas de qualquer tipo. Ou seja, utilizando mais uma metáfora gasta: "Não é por conviveres com criminosos, que passas a roubar!" Só o iremos fazer, se o quisermos e se esse comportamento nos for natural.

Por vezes, atribuimos os nossos comportamentos ao meio que nos rodeia e às situações que temos de viver (e lá vem mais uma metáfora velhinha: "Em Roma sê Romano!"), mas na realidade, estas apenas têm tendência a mostrar as nossas verdadeiras cores, ou fazer (para terminar este post em grande) "Estalar o verniz!".









segunda-feira, 5 de dezembro de 2011



Já poucas são as vezes em que o Mundo da Fantasia que era só nosso, criado por nós e para nós, integra as nossas conversas, infelizmente agora, apenas telefónicas.

A nossa última conversa foi nestes termos:

- Tia!
- Sim, meu amor!
- Ele é tão giro!
- Ele quem, fofa?!
- O J.B.! - mudei as iniciais, mas eram duas, parecidas a estas. Perguntei o que significavam e ela disse o primeiro e último nome do rapaz. Pareceu-me prometedor, como qualquer outro nome!
- E é teu colega?
- Sim! - silêncio - É alto e lindo! - silêncio - Tem um cabelo bué fixe!
- E é esperto, boa conversa?
- É o único que joga futebol no ATL. - suponho que seja igualmente importante, pois "Quem sai aos seus não degenera!"
- E são amigos?
- Claro tia!
- E vocês conversam, falam um com o outro? - a noção de amizade dos miúdos destas idades é um pouco confusa.
- Ele é tão giro, tia! - suspira fundo.

Eu aqui a morrer de saudades dos nossos momentos pré-Natal e ela armada em pré-adolescente.

Ai!

Será possível que os tipos do PS continuam a querer enganar tudo e todos, mesmo longe do governo?

Livra que praga! Estes tipos são pior que sarna.

http://economico.sapo.pt/noticias/da-almofada-ao-excedente-qual-excedente_132963.html

quinta-feira, 24 de novembro de 2011




Ao reler o meu blog, fartei-me de rir com uma troca de comentários, respeitante à seguinte mensagem: Medo.

Que saudades que eu tenho das palermices que eu e tu inventávamos.

Relembro-a aqui de forma a que partilhem comigo a boa disposição.


tragofadonossentidos disse...
Já dizia a minha avó, q coitadinha já morreu, q quem tem derriére (ela n dizia, exactamente, derriére, m eu sou uma pessoa bem educada e...) tem medo e é bem verdade. Mas tb é verdade q comparando em termos internacionais vivemos num paraíso e q n podemos permitir q este tipo de situações controlem a nossa vida.

Só nos acontece o q tem q acontecer (seja de bom, ou de mau) e tem sempre um objectivo: O de nos fazer aprender algo q nós precisávamos p melhorar.

Contudo, c os pendentes boicotes aos JO de Pequim, n me admirava nada q elevassem o carjacking à categoria de desporto olímpico.
Iris R. Costa Barroso disse...
É que o nome sugere um daqueles despotors género Rafting, skating, hiking, carjaking,Tricking, Snorkeling, Bungee jumping, Sky diving.

Vês, nem se dá por ele na lista.

Vai na volta... ainda criam escolas de sucesso, onde os telemóveis serão permitidos, sobretudo se forem dos donos do carro, aonde se irá proceder a restante aula, aonde darão disciplinas como:

Código da estrada - Conhece o inimigo para o poderes vencer.

Condução Evasiva - Curso adiantado

A biologia do corpo humano e as suas reacções a extremas velocidades.

Comunicação Oral - Como intimidar de forma eficaz o dono do carro.

Mecânica - Curso avançado em Engenharia

Tiro - Como não te atingires a ti mesmo. (esta cadeira pode ser substituída por um relatório de 100 páginas sobre a Televisão, a sua programação e a acção na sociedade.

Ginástica - Mente sã em corpo são.

Ioga - mantém a calma enquanto tiras a dos outros.

Que te parece?
tragofadonossentidos disse...
Excelente oportunidade de negócio. Como não pensámos nisso antes.

Uma escola dessas ia ser um verdadeiro sucesso.

Uma outra opurtunidade é fazer uma empresa de eventos especializada em eventos desportivos. Sempre podíoamos fazer um evento de carjacking no Pav. Atlântico, assim uma coisa do tipo do Wrestling.


Hoje de manhã senti a falta de um rebuliço que há pouco mais de um ano, já não me é comum. Senti a falta da lufa, lufa de preparar a minha sobrinha para a escola, do longo caminho que fazíamos as duas, por estradas misteriosas, cheias de Dragões mágicos que ela matava com uma espada espiritual e do charco dos sapos mal-cheirosos e de outros lugares, caminhos e recantos que rebaptizamos, apenas com o intuito de transformar o banal e cansativo caminho para a escola (que fazíamos a pé, sempre que não chovia), numa aventura mística e magnífica, que ainda hoje, ela com 10 anos feitos, se recorda.

Talvez por isso, me tenha recordado de um momento especial do crescimento dela, um momento que eu tive a o privilégio de assistir em primeira mão e por isso, volto a colocá-lo aqui para também vocês se recordarem.

Estava uma solarenga manhã de Primavera e eu observava de longe e sem dar nas vistas, a azáfama da minha pequena sobrinha. Enquanto arrumava o quarto, fazia a cama e limpava o pó, a pequena menina de cabelos longos e dourados, parecia uma formiguinha, de um lado para o outro da varanda (o seu espaço de brinquedos); mexendo e remexendo, virando os cestos de cabeça para baixo e voltando a enchê-los com os mesmos objectos coloridos espalhados pelo chão, pela força da gravidade.

Era mais que óbvio que ela procurava algo, talvez um brinquedo com o qual sonhara, ou que alguma coisa a havia feito recordar. O certo é que estava decidida a encontrá-lo e continuava, numa busca metódica, na senda do objecto misterioso.

- Precisas de ajuda? - Pergunto solícita.
- Não tia! Obrigada! - A resposta foi tão seca e pronta que coloquei a hipótese, de também ela, não ter a certeza do que procurava.

Continuei com os meus afazeres, mas os meus ouvidos continuaram atentos à lufa-lufa ruidosa. Por vezes, ouvia-a suspirar, ou resmungar algo entre dentes e depois, quando estava prestes a chamá-la para irmos para a escola, o silêncio instalou-se.
Disse-me o meu instinto, que quando se trata de crianças, o silêncio nunca é bom sinal e preparava-me para ir ver o que se passava quando ouvi uma sonora gargalhada de satisfação, um Ah! Ah! de missão cumprida. Sorri ainda antes de ver o seu semblante angelical de enormes olhos pestanudos, avançar para mim, com uma confiança readquirida.

- Ainda demoramos muito, tia? - Perguntou ao esconder algo no bolso lateral da mochila laranja.
- É só vestires o casaco. - Sorri-lhe e ela obedeceu com o meu auxílio.
- Podemos tomar um café, antes de irmos?
- Sim, temos tempo. Respondi desconfiada. Fosse o que fosse que procurava, tinha utilização ao ar livre.

Descemos os três andares, apenas trocando olhares cúmplices e sorrisos. Ela, tagarela por excelência, não disse uma palavra durante o percurso feito de elevador. Assim que chegámos ao R/C, correu para a porta perguntando, enquanto abria:

- É um café, não é? - Acenei que sim, tentando conter a minha curiosidade.
- Não corras! - Disse antes de a porta do prédio bater com estrondo. "Já era hora de arranjarem a mola!" - Pensei, ao precipitar-me para a rua, pois ficar sem ver a minha bebé, era algo que não me deixava confortável.

Quando cheguei ao café, (ainda a vi a correr para lá), já ela transportava, vitoriosa, a chávena para uma das mesas. Cumprimentei as pessoas que lá estavam e sentei-me para beber o líquido quente e energizante.

- Posso ir lá para fora? - Pergunta-me com os olhos brilhantes e expectantes.
- Mas não saias aqui da frente. - Recomendo e ela corre lá para fora com algo na mão, deixando a mochila em cima duma cadeira.

Olhei-a atenta, finalmente iria descobrir o segredo que me escondia. As suas mãos pequenas, seguraram em dois punhos amarelos, enquanto, com uma graça de serpente encantada, uma corda caiu no chão. Era um pouco grande, pelo que enrolou uma volta em cada mão e devagar, fez várias tentativas de rotação. Em menos de um minuto, a corda já passava por cima da sua cabeça e batia no chão, num movimento rotacional que seria perfeito, se não fosse, invariavelmente, interrompido pelos seus pés trapalhões, que se recusavam a sair do chão, quando a sua mente mandava.

Mudou de estratégia. Respirou fundo, deixou a corda quieta e pulou cinco vezes, apenas para verificar se não havia nenhuma pastilha elástica pegajosa, deixada por um qualquer duende brincalhão, que a estivesse a impedir de saltar, como se via a saltar na sua cabeça. Olhou mais uma vez, desconfiada, para a sola dos ténis e desviou-se, perto de um metro do local onde estava. A corda voltou a girar e desta vez, passou por completo, batendo 1, 2, 3 vezes no chão, antes de encontrar, de novo, os seus pés preguiçosos. Balbuciou qualquer coisa e recomeçou, desta vez, mais devagar. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, e de novo os pés.

- 1, 2, 3... - Ouvia-se a sua vózinha ofegante, mas muito concentrada. - 6, 7, 8, 9, 10... - A sua cara soltou-se e esboçou um sorriso de contentamento. - 13, 14... - Uma gargalhada. - 16, 17, 18... - Um gancho cai no chão. - 19, 20.

Pára cansada do esforço. Recupera o fôlego com inspirações rápidas. Tenho vontade de ir dar-lhe os parabéns, mas sei que nestas ocasiões, ficamos sempre atrapalhados, queremos mostrar a nossa façanha e nunca a conseguimos repetir. Sei perfeitamente, o quão frustrante essa sensação pode ser, por isso, deixei-me ficar sentada, lutando contra a minha vontade. Ainda podia dar mais quinze minutos e ela parecia tão feliz!
Em pouco tempo recomeça. Eu tiro o telemóvel da mala e começo a filmar.

- 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10... - E ri-se eufórica. - 13, 14, 15, 16... - Uma gargalhada, esta bem sonora. - 20, 21, 22, 23, 24... - Olha pelo vidro do café e confirma feliz que eu estou a ver. - 30, 31, 32, 33, 34, 35. - Parou. Correu para os meus braços, transpirada, desfraldada e despenteada. - Viste, Titi? Viste?! - Acenei que sim e dou-lhe um beijo na testa, ao mesmo tempo que lhe componho a roupa e o cabelo.

- Muito bem! Saltas muito bem! - Coloco-lhe a mochila às costas.
- Ao princípio, não conseguia, mas agora é fácil. Antes era ainda bebé, era pequenina, tinha 4 anos. Mas agora já consigo.
- Pois! O importante é não desistir. Quando não se consegue à primeira, respiramos fundo e voltamos a tentar, tantas vezes, quantas forem necessárias. Nunca se desiste.
- Pois não tia! Eu não desisti.


terça-feira, 22 de novembro de 2011


Sei que muitos já viram a reportagem da SIC no passado Domingo (e que podem encontrar aqui) e muitos já leram sobre este assunto na blogosfera, que muito ajuizadamente, foi fazendo a sua crítica ao que viram.

Algo tornou-se notório: os pais não compreendem como é que existem crianças pré-adolescentes que saem à noite e que chegam depois da meia noite. Aonde arranjam os miúdos o dinheiro para as bebedeiras? Pronto está bem, eles recebem mesada que podem poupar, não almoçando um dia e não comprando o livro para o qual pediram mais 20€. Mas como saem eles de casa? Como ficam eles fora de casa até de madrugada sem que sofram qualquer consequência desse acto?! 

Apenas acontece porque os pais o permitem, porque numa sociedade despegada dos laços familiares, é mais fácil permitir a liberdade dos putos, em troca de mais uma noite com o novo namorado, ou um jantar com os amigos.

Não sei se repararam numa parte da reportagem, onde eles dizem que os miúdos apanhados faziam parte de famílias abastadas. Claro! Os mais pobres não têm dinheiro para sair quanto mais para deixar os miúdos perderem-se daquele modo! Agora pergunto: Os pais mais abastados acham que é moderno este tipo de educação? Deixá-los libertos e sem barreiras em troca de terem mais tempo próprio, em vez de tempo de família e para dizerem que têm filhos muito adultos e emancipados que tomam conta deles sozinhos??!

Reparem, como já disse numa outra mensagem neste blog, eu sou contra a infantilização dos jovens e acho que existem formas de os tornarem mais donos de si mesmo, mais adultos, mas com toda a certeza que não é deixando-os sair para se embebedarem com os amigos nas noites das diversas cidades.

Acho engraçado que miúdas de 13 anos, como as entrevistadas no início da reportagem, estejam para ali a beber sozinhas perdidas na noite e se for preciso não sabem como é que se faz uma torrada, ou uma panela de arroz. Provavelmente a maioria dos putos apanhados naquela reportagem, não fazem ideia de como é que se muda uma lâmpada ou um pneu, ou sequer como é que se acende uma fogueira, mas estão para ali, armados aos píncaros, super contentes numa alegria embriagada que alimenta uma ilusão de que são adultos e capazes, quando, na realidade, se de um dia para o outro só contassem com eles mesmos, morreriam à fome, de frio, e de estupidez.

Prefiro educar um "Betinho", que no caso de uma guerra, um holocausto, ou de me acontecer alguma coisa, saiba como sobreviver, estar e refazer a sua vida, do que educar um inútil estúpido, incapaz e mente capto, como os que foram entrevistados naquela peça e que vejo pelas vielas das ruas, cada vez que saio à noite. Mesmo que isso signifique ter de sair menos, ter menos tempo para mim. Isso é ser pai, isso é ser educador.  Passar os conhecimentos que adquirimos ao longo de uma vida ao nosso rebento, até mesmo o acto de beber. Beber socialmente, beber para uma recriação, beber por um prazer educado do paladar.

Percebam mais uma vez; eu não tenho nada contra o álcool. Sou a primeira a apreciar um copo de vinho às refeições, um Martini para aperitivo e de amar uma Queimada Galega numa noite fria de Inverno, de beber ponche quente, quando estou constipada, ou apreciar um bom vinho licoroso com, ou depois do café no fim de uma refeição, beber um vodka numa noite especial, beber uma cerveja gelada no Verão numa explanada. Mas eu sou adulta, aprendi a apreciar os diversos sabores e mais do que o sabor, ou o efeito secundário da sua ingestão, saber apreciar o momento em si e não a bebida.

Eu com 13 anos não brincava com bonecas, nem perto disso, era muito adulta para a minha idade, mas a primeira vez que bebi, foi com os meus pais....aos 14 anos, um dedo de Martini antes de um almoço de festa e uma flute de champagne no final para comemorar.

Sair à noite, só depois de ter começado a namorar, com o conhecimento dos meus pais aos 15 anos e mesmo nessa altura, porque podia entrar nos bares sem me pedirem identificação porque parecia ter 18 anos, bebia um vodka com laranja, ou limão que durava toda a noite! Mas note-se, à meia noite tinha de estar em casa e verdade seja dita, não havia nada que eu pudesse fazer depois da meia noite, que não pudesse fazer antes das doze badaladas.

Mas desta forma a minha mãe dormia descansada e podia voltar a sair na semana seguinte.

Aprendi com os meus pais a beber socialmente, a beber um copo de vinho às refeições, um aperitivo antes, e em noites de festa bebo até que me rio de coisas parvas... acabou. Ainda estou a ver tudo, dou conta da profundidade, não tropeço, não enrolo a língua, apenas fico mais desinibida... é tudo e não passo disso.

Apanhei uma bebedeira quando tinha 8 anos, pois a minha mãe usava anis para bolos e pudins e eu gostava do cheiro. Um dia cheguei ao carro das bebidas, cheirei e bebi...era doce, sabia a xarope para a tosse e a rebuçados, não faço ideia quanto é que bebi, mas fiquei mal disposta e comecei a vomitar. A minha mãe nunca mais deixou as bebidas desprotegidas até termos 13 anos.

Não percebo como é que uma criança com menos de 16 anos chega a casa depois da meia noite... não entendo! Sinceramente não entendo.

Passei muitas noites na minha adolescência longe de casa, fora da minha caminha quente, mas era porque ia acampar... com os escuteiros.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011




Li numa notícia na Exame/Expresso, algo assim:

Na 'guerra dos sexos', as mulheres lideram a poupança no dia-a-dia: "As mulheres, mais do que os homens, hesitam em fazer compras mesmo quando são necessárias, adoptam mais comportamentos de poupança em casa, compram menos sem comparar preços, embora tenham mais prazer no ato de comprar", lê-se nas conclusões deste trabalho desenvolvido por uma equipa de investigadores do ISCTE, sob a coordenação do Professor António Caetano.

Outra revelação feita é que "poupar motiva a poupar mais (é preciso é começar) ", visto que, "para os que já poupam, os resultados revelam um aumento da facilidade em fazer todos os meses uma poupança para a reforma (10,5% em 2008 e 19,2% em 2011) ".Para os que ainda não poupam, os resultados sugerem um agravamento na dificuldade em o fazerem (62,4% em 2008 e 83,3% em 2011).

Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/portugueses-insatisfeitos-com-niveis-de-poupanca-para-a-reforma=f689191#ixzz1eL0yuFWN

Não pude deixar de me recordar de um livro que li o ano passado do Ivo Andrić (prémio Nobel da Literatura); "A Velha Menina". Se a personagem principal desse livro é uma personificação de uma pessoa real, ela terá sido, ou é a materialização desse mesmo estudo, levado ao limite: Quanto mais se poupa, mais se quer poupar, como se fosse um jogo que ganha quem conseguir fazer melhor do que já fez. O jogo levado ao limite, jogado continuamente e em todas as acções e pensamentos.

Achei engraçado lembrar-me do livro e da personagem. Se tiverem oportunidade leiam a história, é interessante. Eu li-o em Inglês e não tenho a certeza que haja versão portuguesa, apesar de me recordar de ter visto o título numa daquelas colectâneas de revistas e/ou jornais sobre escritores que tenham ganho o Prémio Nobel da Literatura.

Fica aqui feita a sugestão!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Quero voltar a falar-vos do tempo, não do tempo na forma de tortura no outro post que escrevi há dias, mas sim daquele tempo que tudo cura, que tudo faz esquecer.

Sei que é prática comum dizer-se isso, mas será que cura mesmo?! Ou apenas nos entorpece a memória de forma que olvidamos o que nos magoa, mas que continua lá, escondido, à espreita até que uma palavra, um conjunto de palavras, uma frase, mesmo que dita com as melhores das intenções, vai rebuscar essa memória escondida e adormecida e nos faz recordar o porquê das coisas terem demorado tanto tempo.

Alguém que já me foi muito próximo, felicitou-me pela minha felicidade e sei que as intenções eram boas, são boas, ela é uma boa pessoa, uma pessoa de quem sempre gostei apesar de tudo o que diziam e por quem tinha um carinho muito grande (mas eu sou assim, agarro-me demasiado às pessoas). Mas nas boas intenções que eu agradeço, estavam as palavras que fizeram dispultar a recordação dorida de um passado que me fez mal, muito mal.

Ela congratulava-me por eu ter sido capaz de refazer a minha vida, por ter conseguido apaixonar-me de novo (tema de uma das minhas últimas mensagens), apesar do tempo que demorei e eu tive que lhe responder, não aguentei o silêncio e a resposta não foi um agradecimento! Tentei, juro que tentei, mas o nó na garganta era grande de mais para não o fazer e respondi assim:

Por vezes o tempo é necessário...sobretudo quando toda a vida desde a adolescência foi dedicada apenas a uma pessoa, a pensar apenas no seu bem, na sua felicidade e negligenciando tudo o que me dizia respeito apenas em prol do bem de quem me era querido.


As coisas não resultaram e eu fiquei sem me conhecer a mim própria pois passei a ser apenas uma mera sombra daquilo que o outro queria que eu fosse. 


As coisas não são simples, as feridas custam a sarar e conseguir entregar-me passou a ser missão quase impossível. 


Impossível, porque quando não nos conhecemos a nós mesmos e quando apenas conhecemos uma única coisa e nada mais, quando somos somente produto do ser dominante da relação e um produto defeituoso, porque foi criado de forma incorrecta, não somos automaticamente capazes de o deixar de ser de um momento para o outro. 


Mas o tempo cura tudo... apenas demora muito.

Continuo feliz, sobretudo porque sei que ultrapassei de vez o meu síndroma de inferioridade tão amplamente alimentado pela pessoa em questão e sei que sou muito mais, que sou algo que ele nunca me havia deixado ser, algo muito melhor, algo verdadeiro e não uma fotocópia mal tirada. 


Mas eu agradeço que me tenham feito recordar, porque foi nessa dolorosa recordação que eu consegui perceber, que agora sou aquilo que nunca havia sido: Feliz! 


E o tempo ajudou.... Oh se ajudou!



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O Fi anda com um horário absurdo que odeio e que irá continuar até ao fim do ano. Odeio porque nos deixa muito pouco tempo juntos e o tempo que passamos juntos não é útil porque ou estou a dar explicações, ou a tratar do jantar, ou a tentar aproveitar as últimas horas de sono. Mas é um horário temporário e o tempo que conseguimos estar sozinhos e acordados é passado com qualidade e acho que isso é importante:

O que interessa não é a quantidade, mas sim a qualidade!

Mas não era sobre isso que vos queria falar nesta mensagem. Queria contar-vos uma coisa que me aconteceu hoje. 

Saí do emprego para almoçar e chego a casa, abro a porta devagar, não fosse ele estar a dormir, desloco-me em bicos de pé, para não fazer barulho com os saltos, acendo a luz do hall dos quartos, abro a porta devagar e olho para a cama revolta. No meio dos lençóis lá se encontra ele: belo e adormecido.

Eu não sei o que se passa com esta coisa de observar homens a dormir, mas cresce em mim assim um sentimento maternal que me faz querer abraçá-lo com todas as forças e tentar de forma física, fazer com que o corpo dele se junte ao meu, formando-se um só. 

Pronto, o adjectivo maternal talvez seja algo pecaminoso na anterior frase, uma vez que para além desse sentimento há uma chama que trespassa o corpo e que me faz querer acordá-lo com carícias e beijos e sentir a sua barba na minha pele.

Acho que não posso mais voltar a observá-lo enquanto dorme à hora do almoço, ou então passo a trabalhar só de manhã!
Com toda a certeza que todos vocês já tiveram oportunidade de ver a publicidade que é feita a este aparelho na televisão. Eu que mal vejo televisão portuguesa, já tive oportunidade de levar com ela, por isso não duvido que sejam muito poucos os Portugueses que ainda não tenham ouvido falar deste milagroso aparelho de ginástica que faz de tudo pela nossa forma física.

Bem se faz ou não, não sei, pois ainda não experimentei, mas a minha mente perversa, desde o primeiro dia em que viu o anúncio, não deixa de pensar em como aquilo deverá ser tão divertido para outras práticas de exercício, que geralmente é feito a pares....

Perceberam?! Que hei-de fazer... sou assim!



terça-feira, 15 de novembro de 2011


Devo um agradecimento e já vai atrasado.

Pouco antes do Natal de 2008, eu escrevi uma Carta muito desesperada ao Pai Natal, numa tentativa de ver as minhas preces atendidas num impulso Natalício e a verdade, é que em 2009 a cair para 2010, eu vi o meu pedido a ser atendido e como sempre acontece nestas situações nem me recordei de agradecer ao Senhor das Barbas Brancas.

Nunca fui tão feliz, apesar de estar longe de todos que amo (isso custa muito) e de não ganhar tanto dinheiro como já ganhei no passado, e mesmo assim estou-te muito grata por teres devolvido ao meu coração esta capacidade maravilhosa de estar e ser capaz de estar apaixonada.

Talvez volte este ano a escrever uma nova carta, quem sabe não me atendes outra vez... Olha que tenho sido uma menina muito bem comportada.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

É inevitável. O frio veio e eu tive que obviamente fazer a tão odiada mudança de guarda fato. Por isso, este Sábado, depois do Homem ter acordado tarde e a más horas, lá tive eu que me encher de coragem e ir até ao guarda fatos, retirar tudo o que lá estava, dobrar muito bem dobradinho para poupar espaço e não ter muito que endireitar quando na primavera for buscar as roupinhas mais frescas de novo.

Ver o que ainda vou usar, o que ainda pode ser dado, o que é pano de cozinha, o que nem para isso serve mais.

Depois disto feito, vem a segunda parte. Ir à parte superior do armário, retirar todas as roupinhas quentes, passar a ferro, colocar em cabides, arrumar no armário temporariamente e por pouco tempo, vazio e limpo com "pronto" e tudo. Dobrar as minhas salvadoras do Frio (as minhas camisas de gola alta fininhas, que ficam sempre bem debaixo das malhas, dos casacos e com fatos, dobrar as malhas, colocar tudo arrumadinho nas gavetas. Verificar as meias, ver se é preciso comprar ou substituir algumas (é sempre preciso substituir). Dobrar as échàrpes e chachecóis, sacudir as boinas, gorros e chapéus, ordenar as minhas adoradas luvas, por cor e por material de confecção (Pele vs Lã). 

Finalmente, já a ver a luz ao fundo do armário, chegou a hora de tratar dos Sobretudos e Casacos, enviar para a Lavandaria, colocar o botão que caiu no Inverno passado e que ficou sempre por pregar, pois ficava escondido debaixo do cinto. Trocar as malas de Verão por malas mais escuras e resistentes à chuva. Limpar e guardar as sandálias fresquinhas e substiuí-las por botas quentinhas e sapatos fechadinhos. Vou ter que mandar arranjar dois dos pares de botas... 

"Talvez o meu sogro, que é um artista, dê um jeito! Para ele é uma forma de se entreter e para mim uns euros que não saem da carteira."


O certo é que depois de todas estas etapas, cheia de pó, a espirrar por todos os cantos, o meu armário ficou, também temporariamente, semelhante a este:

É claro que é só até dar-me o chilique de não saber onde anda o casaco encarnado que queria usar com os Jeans.

Aí, volta a sair tudo de lá dentro até encontrar o que procurava e será, inevitavelmente, tudo atirado lá para dentro, até que tenha pachorra de gastar mais uma tarde de Sábado a arrumar o Guarda-Fatos.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011


Esta noite tive um sonho. 

Estava eu a vestir-me para sair para uma festa e mirava-me demoradamente ao espelho.

Vira para um lado, vira para o outro, vê de lado, mira de trás, de perfil, de frente. Observa como é que o decote se comporta se me baixo, se me debruço para cima de alguma coisa ou de alguém, como é que devo apanhar objectos do chão e assim ia eu ficando mais confiante da composição que eu havia escolhido para o bendito evento.

De um canto escuro do quarto, uma fumarada mal cheirosa de um charuto cubano, começa a aparecer. Alguém no semi-breu, sentado no meu recanto de leitura, diz numa voz cavernosa:

Para passares de Jeniffer Lopez a Queen Latifah, apenas precisas de respirar!

Ora bolas! Quem pensa ele que é para falar sobre as minhas curvas?! Mas que mal educado. Acabei por acordar quando estava a meio do jantar do evento e sem ter dançado.

Hoje enquanto me preparava para ir trabalhar e enquanto me observava no espelho a mirar a indumentária, percebi que o homem mal cheiroso, mal educado, de voz cavernosa era eu!



terça-feira, 18 de outubro de 2011

No outro dia, na galhofa com uns amigos na esplanada (se calhar é por isso que estamos em crise, estávamos na esplanada depois do trabalho em vez de estarmos mais meia hora no lugar do trabalho) e surgiu, como surge sempre nestas conversas regadas a com uma cervejinha fresca e martinis, para quem é mais fino, algumas formas de se apertar o cinto sem se dar conta que se está a fazer. Uma sequência de pensamentos que todos juntos, até que são uma solução, a mais não seja, para dar uma boa gargalhada.


  1. O electrodoméstico que mais energia gasta é o frigorífico.
  2. A comida vai ficar toda mais cara pois poucos bens são agora considerados prioritários.
  3. Temos de passar mais tempo no trabalho.
  4. Enquanto estamos no trabalho podemos usar (quem tem) os frigoríficos do escritório e se vamos lá estar mais tempo sem receber recompensa pelo mesmo, é um direito colocar lá mais uns iogurtes e uma ou outra peça de carne no congelador.
  5. Compram-se mais enlatados, que são mais baratos e não se estragam.
  6. Desliga-se o frigorífico de casa, pois não se tem comida que se estrague lá.
  7. Poupa-se o dinheiro da energia do frigorífico
  8. Come-se sandes todos os dias, de atum, salsichas, queijo e fiambre. Como se trabalha mais tempo, o tempo para cozinhar tornou-se importante para o bom descanso.
  9. O queijo e o fiambre compram-se diariamente com o pão, para não haver necessidade de o guardar no fresco.
  10. Bebe-se bebidas quentes ou à temperatura ambiente, pois bebidas frescas fazem mal à garganta, e gasta-se demasiado dinheiro em pastilhas na farmácia e ter-se-ia que ter o frigorífico ligado.
  11. Às sextas feiras tira-se qualquer coisa do frigorífico do escritório para se cozinhar em casa, pois é fim-de-semana e temos direito a uma extravagância.(Peixe ou carne, uma vez por semana).
  12. Como se deixou de cozinhar, passou-se a gastar metade do gás.
  13. Como comemos mal e passamos mais horas no trabalho, passamos a ter menos energia e não nos apetece tanto sair de casa.
  14. Deixa-se de ter necessidade de comprar aquela blusa perfeita para ir àquele café naquele dia,
  15. Fica-se no sofá de pijama, ou com a ausência de roupa a olhar para a televisão, ou no computador na internet.
  16. Os serviços de telecomunicação vão ser os únicos que irão continuar a ser pagos sem excepções, pois vão passar a ser a única diversão.
  17. Rouba-se os filmes da internet para não se ir ao cinema, mesmo que esteja dobrado em russo e haja pelo menos um tipo da fila da frente que se levanta 20 vezes para ir à casa de banho (torna a coisa mais real, sobretudo se acompanharmos a visualização com o resto dos amigos no sofá da sala a comer pipocas (o milho ainda é barato e demora apenas 3 minutos no fogão) o gasto de gás não é muito e é a extravagância do mês.
  18. Como se passa a sair menos, a roupa para lavar também diminui. Há a roupa do trabalho, a roupa de casa e o pijama. Usa-se uma muda por dia que repete dois dias depois.
  19. Como se come menos vai-se ficar mais magro, aproveita-se assim o resto dos tecidos das peças de roupa já existentes, que teremos que apertar, para fazer novas peças para quando ainda estivermos mais magros.
  20. Existem menos divórcios, pois os casais vão passar mais tempo juntos e com tão pouca diversidade que existe na televisão, terão que arranjar outras formas de passar o tempo e eu tenho muitas ideias quanto a este ponto, mas guardo-as para mim.....
Ok... se calhar só teve piada na esplanada, mas partilhei na mesma.




segunda-feira, 10 de outubro de 2011


Desde que o João Jardim voltou a ter maioria absoluta ontem, que não paro de ouvir as pessoas criticarem a iliteracia dos madeirenses e como eles, por serem (BURROS) continuam a votar num aldrabão, ladrão e um sem número de outros substantivos que me recuso a escrever…

No entanto, não creio que seja esse o problema, mas claro está que se trata apenas da minha opinião. 


A verdade é que um outro conselho, o Concelho com mais licenciados no país continua a eleger para presidente da Câmara Municipal, alguém acusado, pronunciado, julgado e condenado nos tribunais e que se ainda não está preso é porque se refugia num escudo de recursos atrás de recursos para evitar o cumprimento da pena já sentenciada.

Ora e voltando de novo à "Vaca Fria" e ao que me levou a escrever este post, a Marktest em 2010 n' "o Atlas Social" revela que o Concelho com mais licenciados em todo o país é Oeiras, onde Isaltino Morais foi sempre reeleito, mesmo concorrendo contra uma candidatura do seu partido de sempre.

Isto apenas acontece, porque o Dr. Isaltino Morais tem obra feita e apostou no desenvolvimento económico da autarquia, ultrapassando a vizinha e elitista Cascais no PIB per capita. Transformou um concelho secundário da região de Lisboa, com graves problemas sociais, no melhor Concelho para se trabalhar e investir.

O eleitorado da Madeira, o tal iletrado e que apenas vota no João Jardim, porque é “Mentecapto”, não o faz porque é mais iletrado ou porque não tem mentalidade democrática, mas sim porque é absolutamente igual a todos os outros eleitorados, movidos por um critério individualista e interesseiro. Votam Alberto João Jardim, porque este tem obra feita.

Mas é claro que isto sou, apenas, eu a pensar alto.



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