terça-feira, 28 de agosto de 2012

Talvez seja porque é Verão, talvez seja porque tenho estado demasiado ocupada a viver a minha vida, a olhar para as coisas maravilhosas que me têm acontecido nos últimos tempos, ou talvez seja, simplesmente, porque tenho obstáculos todos os santos dias para ultrapassar que absorvem grande parte das minhas energias, talvez seja por tudo em conjunto, mas o certo é que tenho negligenciado as minhas leituras e as minhas escritas.

Há mais de um mês que não pego num livro para ler e há mais de um mês que não escrevo uma única linha, que não seja parte do meu trabalho.

Parece que a imaginação que me obrigava a pegar numa caneta e escrever os pensamentos para a folha, simplesmente desapareceu. Nem sequer em férias eu tive vontade de escrever um texto, contar sobre as aventuras vividas. Nada! Apenas linhas em branco, com tanto para contar, com tanto para dizer, com tanto para rir e com tanto para chorar.

Quero mesmo voltar a escrever. Quero muito, mas as minhas mãos parecem não ter a mesma vontade. 

Sinto saudades dos Verões passados, quando estes ainda duravam 3 meses certos de férias e onde eu ocupava as folhas todas de 3 cadernos A4 pautados, com histórias sobre tudo e todos, personagens imaginários, autobiográficos ou não, que viviam as aventuras passadas, ou que eu desejava e sonhava viver.

Sinto saudades do Verões em que eu planeava cada dia, na esperança que todos os dias acabassem diferentes do planeado. Sinto saudades do calor certo, dos dias longos e noites abafadas, recheadas com gargalhadas e corridas entre amigos, jogos de bolas, também conhecidos como Petanca, ou de planear actividades dos escuteiros.

Também sinto saudades desses momentos, desses momentos em que eu enchia-me de imaginação e dependendo do tema do acampamento, eu desenhava com precisão, tronco por tronco, nó por nó, ligação por ligação cada uma das construções. Planeava com antecedência o material que seria necessário, preparava as decorações, treinava os menus, colocava o estudo de códigos em dia. Sabia que seriam dias de grande divertimento, cansaço físico, dias em que me levaria aos limites que o meu corpo de 13, 14 e 15 anos permitia. Noites que não dormia porque tinha de proteger tudo e todos e porque tenho dificuldade em dormir quando estou com muita gente, dias em que me entregava por completo às tarefas que me estivessem destinadas e algumas que eu arranjava, tempos em que a energia corria pelo meu corpo, de forma inesgotável e nunca parava quieta. Eram dias repletos de acção, mesmo quando a acção parecia ser não agir.

Tenho de escrever sobre isto um dia, mas agora as palavras parecem não sair coordenadas da forma que eu sei que sou capaz de fazer, por isso, fico por aqui.


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